48. Bem seguro

O hospital estava cheio, corredores movimentados, o cheiro de desinfetante e remédio pairando no ar. Subi o elevador apressada, ansiosa para ver meu pai, mas quando dobrei o corredor… parei seca.

Dois homens de terno estavam plantados diante da porta dele. Postura de guarda real, óculos escuros, mãos cruzadas nas costas.

— Com licença — tentei passar direto.

Um deles ergueu o braço, bloqueando a passagem. — Acesso restrito.

— Como é? — franzi a testa. — Essa é a porta do quarto do meu pai.

— Sem identificação, ninguém entra.

— Identificação? — abri os braços, indignada. — Eu sou a filha dele!

— Sem crachá, sem entrada. — A voz dele era monótona, como se estivesse falando de um depósito de carga.

Senti o sangue ferver. — Você está de brincadeira comigo? Eu conheço meu pai desde que nasci, não preciso de crachá!

Tentei empurrar, mas ele era uma muralha
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