O hospital estava cheio, corredores movimentados, o cheiro de desinfetante e remédio pairando no ar. Subi o elevador apressada, ansiosa para ver meu pai, mas quando dobrei o corredor… parei seca.
Dois homens de terno estavam plantados diante da porta dele. Postura de guarda real, óculos escuros, mãos cruzadas nas costas. — Com licença — tentei passar direto. Um deles ergueu o braço, bloqueando a passagem. — Acesso restrito. — Como é? — franzi a testa. — Essa é a porta do quarto do meu pai. — Sem identificação, ninguém entra. — Identificação? — abri os braços, indignada. — Eu sou a filha dele! — Sem crachá, sem entrada. — A voz dele era monótona, como se estivesse falando de um depósito de carga. Senti o sangue ferver. — Você está de brincadeira comigo? Eu conheço meu pai desde que nasci, não preciso de crachá! Tentei empurrar, mas ele era uma muralha