47. café e intimidade

Acordei com o cheiro de café fresco invadindo o apartamento. Por um instante, pensei que tivesse sonhado com tudo da noite anterior: a sombra, a ligação, Dante aparecendo e… a cama dividida.

Mas aí me mexi.

E percebi o peso do braço dele ainda sobre minha cintura.

Congelada, virei o rosto devagar. Ele dormia, mas não parecia vulnerável como qualquer mortal. O semblante era firme, o maxilar relaxado apenas o suficiente, o peito nu subindo e descendo em um ritmo calmo. Até adormecido, Dante passava uma sensação de controle.

Meu corpo reagiu antes que eu pudesse impedir — calor, respiração curta, um aperto idiota no estômago. Afastei-me com cuidado, tentando não acordá-lo, e fui até a cozinha.

Uma bandeja improvisada sobre a mesa me esperava: pão, frutas e café fumegante. Um bilhete repousava ao lado: “Não discuta. Coma.”

— Você é um tirano até dormindo — murmurei, bufando.

— Eu ouv
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