O lounge exalava luxo e perigo. O vinho caro, os charutos discretos, a música suave abafando conversas sussurradas — tudo naquele ambiente me dizia que eu não pertencia ali. Ainda assim, estava ao lado de Adriano Vescari.
Ele me observava como quem analisa uma jóia rara, um sorriso enviesado preso nos lábios. — Você sabe que poderia ter o mundo aos seus pés, não sabe? — perguntou, inclinando-se para perto, o perfume amadeirado me envolvendo. Cruzei as pernas, erguendo o queixo. — Ter o mundo não me interessa. O olhar dele desceu lentamente pelas minhas pernas expostas no vestido justo que a anfitriã escolhera para mim. Senti o arrepio de alerta subir pela espinha quando ele deixou a mão escorregar até minha coxa, lento, calculado. Segurei o punho dele antes que avançasse mais. — Não. — falei firme, encarando-o de frente. Vescari não recuou. Apenas abri