As estradas que cortavam Oakmere ainda estavam úmidas da chuva noturna quando Theo e Eleanor partiram ao amanhecer. O sol, tímido entre nuvens cinzentas, lançava uma luz fria sobre as árvores, que se inclinavam suavemente com o vento. O silêncio entre os dois era confortável — um pacto tácito de concentração, como se ambos sentissem que algo definitivo os aguardava no horizonte.
No bolso interno do casaco de Theo, a carta de Amélia parecia aquecer sua pele como um lembrete constante: ela havia procurado por James. Ela sabia da existência dele, mesmo sob os efeitos dos sedativos e da manipulação. Aquela carta era mais do que um testamento de amor — era uma pista.
E era tudo o que tinham.
— Se ela escreveu aquilo com tamanha certeza… então James nasceu — disse Eleanor, após minutos de reflexão. — E isso significa que alguém cuidou dele. Alguém entregou esse bebê.
Theo mantinha os olhos na estrada.
— E esse alguém provavelmente estava envolvido no círculo médico. Talvez no sanatório. Ou