O sótão exalava o cheiro de madeira envelhecida, poeira e um leve toque de naftalina. O piso rangia sob os pés de Eleanor enquanto ela empurrava uma caixa para o lado, revelando o que parecia ser um antigo baú de couro, gasto nas bordas. A luz da lanterna oscilava com as partículas suspensas no ar, criando um cenário que parecia tirado de um sonho — ou de um pesadelo.
Theo tossiu suavemente ao seu lado.
— Tem certeza de que não tem nenhum rato morto por aqui?
— Só os fantasmas da minha família — Eleanor respondeu, puxando o baú para mais perto. — E talvez algumas verdades esquecidas.
Com cuidado, ela destravou as fivelas enferrujadas e levantou a tampa. Papéis, pastas antigas, livros de contabilidade e envelopes amarelados preenchiam o interior. No fundo, havia uma pasta de couro escuro, mais recente que os demais objetos. Era marcada com as iniciais “V.H.” gravadas discretamente em dourado.
Eleanor a pegou com as mãos trêmulas e a abriu sobre uma pilha de caixas. Dentro, encontrou re