O sótão da casa Hartwood não era exatamente convidativo.
Eleanor subiu os degraus da escada estreita com uma lanterna em mãos, sentindo o cheiro adormecido de madeira antiga, poeira e história. O ar era mais frio ali, como se as lembranças que dormiam sob as vigas também respirassem devagar, para não chamar atenção.
Theo vinha logo atrás, carregando uma caixa de papelão vazia para “possíveis evidências relevantes” — um exagero que ele fez questão de nomear em voz alta, provocando um sorriso abafado em Eleanor.
— Você está levando isso a sério demais — ela comentou, desviando de uma teia de aranha generosa.
— Eu levo a sério tudo o que envolve escadas estreitas, luz precária e casas antigas no meio do nada. Parece o cenário perfeito para um assassinato.
Ela rolou os olhos.
— Sempre tão otimista.
— Alguém precisa manter o senso de humor nesta investigação. Você é a parte trágica. Eu sou o alívio cômico.
O sótão era maior do que Eleanor lembrava. Caixas empilhadas, móveis cobertos por le