Aurora ainda não conseguia se acostumar com a nova rotina. A aliança em seu dedo pesava como uma corrente invisível, um lembrete constante do acordo que fizera com Enrico. Apesar de saber que aquele casamento era apenas uma formalidade, a convivência forçada começava a testar seus limites.
Desde que se mudou para a casa de Enrico, os dois tentavam manter uma distância segura. Mas era impossível não se esbarrarem nos corredores silenciosos, na sala de jantar onde as refeições eram marcadas por um silêncio incômodo, ou até mesmo no escritório dele, onde às vezes ela ia em busca de algum título na ostensiva e impecável biblioteca de madeira escura. Era estranho como até o cheiro do lugar – um misto de couro, café e algo inegavelmente masculino – parecia provoc&aac