O sol se derramava preguiçoso pelas janelas amplas da mansão. Aquela casa que era antes fria, feita de pedra, silêncio e mágoas, agora transbordava vida. Risos infantis ecoavam pelos corredores. Pequenos passos descalços corriam apressados pelo chão de madeira, deixando um rastro de alegria que nem o tempo seria capaz de apagar.
— Mamããããeee! Olha eu correndo rápido!
Aurora mal teve tempo de responder. O garotinho de cabelos escuros e olhos idênticos aos do pai, passou por ela como um furacãozinho alegre, com as bochechas coradas e os pés ligeiros. Aurora sorriu e seu olhar desceu instintivamente para a barriga arredondada, que ela acariciava com carinho e paz. Outro milagre, outro pedacinho deles crescendo ali.