“Há duas formas de fazermos isto, raposinha… casar comigo e fingir ser minha Luna… ou eu a mantenho segura em uma cela.” Na noite em que ouviu a voz da mãe pela última vez, Haphel Keen também ouviu o rugido que a matou e o aviso que gelou seu sangue: “Você será a próxima, princesa.” Ferida e sozinha, carrega apenas o último pedido da mãe: encontrar Aiden Belmont. O Alfa Lycan mais temido não é o que ela esperava: alto, letal, com olhos dourados que a veem como presa. Uma dívida antiga liga seus destinos e Haphel é parte do pagamento. Ousada e desafiadora, ela arranca dele um sorriso perigoso: “E o que exatamente você quer de mim, Belmont? Está precisando de uma veterinária para o seu lobo?” Cercada por lobos que não sabem que é humana e presa ao Alfa sombrio que já a reivindicou, Haphel precisa escolher: fugir… ou se render ao jogo sedutor e letal que pode custar sua liberdade ou seu coração.
Leer másPOV: HAPHEL
— Você não tinha o direito de fazer isso, mãe! — Gritei, a raiva queimando minha garganta como fogo. O volante tremia nas minhas mãos, a raiva me consumindo a cada palavra. — Como você pode fazer isso pelas minhas costas? Está decidindo sobre o meu futuro sem nem ao menos me consultar!
Do outro lado da linha, a voz dela vacilou, mas não cedeu. Eu podia sentir a tensão crescendo a cada segundo.
— Haphel, já te disse que estou fazendo o melhor para você. — Ela tentou se firmar, mas o desespero na voz dela era inconfundível. — Isso tudo foi um erro desde o começo. Você não pode mais voltar para a faculdade de veterinária, acabou!
O sangue ferveu em minhas veias, uma pressão crescente me esmagando o peito.
— Você não tem o direito de decidir isso por mim, mãe! — A raiva transbordava, e a frustração me apertava o peito como uma mão pesada. — Já tenho 21 anos! Eu sou capaz de tomar as minhas próprias decisões!
Ouvi um resmungo do outro lado da linha, e percebi que ela estava começando a perder o controle.
— Mas sou eu quem paga. — A voz dela soou mais fraca, carregada de um suspiro pesado. — Eu sei que você não entende isso agora, filha, mas tudo o que estou fazendo é para te manter segura.
Segura de quê? Contra quem? A pergunta pairava, ela nunca respondia. Apertei ainda mais o volante, os dedos dormentes pela pressão.
— Está me privando de ter um futuro, uma vida, amigos? Me fazendo viver nesta reserva como um animal, longe da sociedade. — Minha voz soou quase como um rosnado. O calor da raiva subia pelo meu corpo, mas eu não podia parar.
Havia uma pausa do outro lado da linha, ela respirava pesadamente.
— Se ao menos o seu pai estivesse aqui... talvez você compreendesse que... — Ela começou, mas eu não deixei.
— Mas ele não está mais aqui! O que há para compreender? — Minha voz tremia de ódio e dor. — Você está destruindo o meu futuro! É sobre a minha vida, mãe!
Fui enfática, as palavras saindo com tanta força que me senti exausta só de pronunciá-las. Ouvi ela suspirar, o som doloroso ecoando na linha,
— Você ao menos se importa com o que eu sinto, mãe? — A pergunta saiu quase sussurrada. — Por que não me diz logo por que está tentando me esconder do mundo?
O silêncio do outro lado foi longo, podia sentir o vazio se instalando na conversa.
— O mundo não é um lugar seguro, para você, Haphel. — Ela murmurou, cada palavra parecia pesar mais que o anterior. — Me escute, minha menina...
— Cansei de te escutar. — Falei com a voz carregada de exasperação, um gelo na ponta das palavras. A raiva e o desespero se misturavam em cada sílaba. — Eu te odeio... Odeio viver como uma prisioneira, odeio que o papai tenha me deixado nas suas mãos.
Do outro lado da linha, pude sentir o impacto das minhas palavras. A dor na voz dela foi quase palpável, mas a dureza que ela tentava manter não escondia o sofrimento.
— Haphel! — Ela respondeu, um soluço contido entre as palavras. — Prometi te manter segura, e como sua mãe, é isto que farei. Não quero te perder também, como perdi o seu pai!
Como se fosse tão simples assim... Eu sabia que a dor dela era real, mas a sensação de ser uma vítima o tempo todo estava me sufocando.
— Então me deixe ser livre. — Ameacei desligar o celular, meu dedo já pressionando o botão. Mas antes que pudesse, um som quebrado, algo como vidro se estilhaçando, cortou o ar da ligação. A tensão se enrijeceu dentro de mim. Em seguida, um uivo profundo e rosnados assustadores ecoaram, deixando um calafrio na minha espinha. — Mãe? O que houve?
Houve um segundo de silêncio, e tudo o que eu consegui ouvir foi a respiração pesada dela, quase ofegante, o som carregado de pavor.
— Mamãe? — Chamei, minha voz tremendo com a crescente ansiedade.
Ela suspirou pesadamente, o som de fundo parecia cada vez mais distante, e minha cabeça rodava tentando entender o que estava acontecendo.
— Droga, eles nos acharam. — Sua voz estava baixa, quase como um sussurro. Mas havia pânico ali, um medo de que eu jamais imaginei ouvir vindo dela. — Haphel, me escute, não volte para casa.
Não volta para casa? O quê? O meu corpo gelou, uma sensação de frio subindo pela minha espinha, as pernas trêmulas enquanto a adrenalina me invadia. Eu sabia que algo estava muito errado.
— O que? — Franzi o cenho, sem entender. A tensão na minha garganta parecia quase insuportável. — Do que a senhora está falando? Quem nos achou?
Antes que ela pudesse responder, um rugido monstruoso rompeu da ligação, tão profundo que pareceu atravessar o telefone. Eu quase caí para trás ao ouvir aquele som, uma sensação de pavor invadindo meu corpo inteiro.
Eu podia ouvir minha mãe gritar, e logo em seguida, uma série de sons de luta, gritos de dor que ecoaram pela linha, fazendo minha garganta se apertar. O ar parecia ter sumido de repente.
— Mãe? Mãe? Fala comigo. — Insisti, a voz falhando enquanto meu corpo se encolhia de medo. — Eu estou chegando, mãe... Por favor, responda.
— Ha...phel... — Sua voz estava fraca, como se estivesse sufocada. A cada palavra, a dor dela se espalhava por mim. — Não volte... Fuja... você precisa fugir.
Um estalo alto ecoou no ambiente, o silêncio foi total, e eu quase podia ouvir o meu coração disparando. Minhas mãos tremiam, meu corpo congelou, esperando algo. Então, uma respiração pesada invadiu a linha, e eu quase podia jurar que eram rosnados, um som profundo e ameaçador que me fez estremecer:
— Você será a próxima, Princesa. — A voz do outro lado era sombria, maligna, uma ameaça real que fez um arrepio percorrer minha espinha.
Quem ou que era aquilo?
POV: HAPHEL— Vai ser um prazer acabar com você, Haphel Keen. — Verônica cuspiu as palavras ao passar por mim, jogando o cabelo na cara como se fosse um golpe.Ela saiu da sala batendo os saltos como se quisesse quebrar o chão. Meu corpo reagiu na hora. Avancei com o impulso preso na garganta, pronta para ir atrás e esfregar a cara dela no primeiro pilar que eu visse.Mas Belmont segurou meu pulso.Firme. Quente. Dominante.Ele só negou com a cabeça.— Me solta, Aiden. — Falei irritada, tentando puxar o braço de volta.Ele não moveu um músculo. Um sorriso discreto apareceu no canto da boca dele, aquele tipo de sorriso charmoso e perigoso.— Me deixa arrancar a arrogância da cara daquela piriguete maquiada. — Continuei bufando. &md
POV: HAPHEL— Aiden, o que isto significa? — Minha voz saiu tensa. Os olhares grudados em mim. — Por que estão todos me encarando?— A Deusa Lua parece ter os seus favoritos, afinal... — O ancião Rique quebrou o silêncio com um rosnado carregado de reprovação. — Pois bem, Alfa Belmont... prossiga com o seu casamento. Mas lembre-se do peso de sua escolha.Ele me lançou um olhar que fez minha espinha gelar.— Ao selar o seu destino com uma Keen... sabe o que vem a seguir.Meus olhos se estreitaram.— Mas... Ancião... Eu havia sido prometida ao Alfa. — Verônica gaguejou, virando-se para mim com os olhos arregalados e cheios de ódio. — Como ficará a minha posição diante da alcateia? E o tratado de aliança?— Bem
POV: HAPHELMeus olhos se estreitaram no mesmo segundo.“Mais adequada”?— Ancião Rique... — Aiden falava com uma calma arrogante de quem sabia ser temido. — um Lycan como eu não aceita que velhos lobos decidam o meu destino.Senti a mudança na hora. Uma energia bruta se expandiu pelo ambiente, densa, sufocante, vibrando como se o próprio chão sentisse a presença dele. Meus pelos arrepiaram. Literalmente. E não fui só eu.Alguns dos membros do conselho se remexeram nas cadeiras, tensos, os músculos enrijecidos. Outros suavam, desconfortáveis. O cheiro de adrenalina e medo preencheu o espaço. Era como se o simples fato de Aiden estar ali... pesasse demais para suportarem.Ele deu mais um passo à frente. Firme. Letal. Impossível de ignorar.— Além do mais... — ele continuou, os olhos dourados cintilando com intensidade. — A Deusa Lua me abençoou com uma companheira. Uma digna.— Quando isto aconteceu? — Rique rosnou, a voz sombria reverberando nas paredes. — Por que não informou o conse
POV: HAPHELAiden entrelaçou nossas mãos com uma naturalidade irritante, como se fôssemos um casal apaixonado prestes a trocar votos sinceros. O gesto tinha firmeza, posse… e um absurdo descaramento.Me puxou de volta para a igreja sem dar espaço para a recusa.— Me solta. — soltei entre os dentes, tentando forçar o braço, mas o aperto dele apenas se intensificou.Sua mão envolvia a minha como uma algema quente e viva. Senti o calor subir pelo braço, invadindo o peito, e me odiei por reagir.— Qual o seu problema? — disparei, o olhar cravado no dele, sem paciência. — Por que quer tanto se casar comigo se já tem uma noiva? Estavam quase aos beijos agora pouco. Qual a sua motivação, Alfa do caos?Ele não respondeu. Continuou andando. Firme. Implacável.— Por que me sequestrou e me arrastou até aqui, se essa dívida é só um fardo para você? — continuei, sem dar tempo para ele respirar. — O que meu pai fez por você?Ele se virou bruscamente, e meu corpo colidiu com força contra o peito del
POV: AIDENCerrei os punhos, lançando um último olhar por cima do ombro na direção dela antes de sair. Fechei os olhos por um segundo, inspirando fundo. O ar carregava exatamente o que eu precisava.O cheiro dela.Umedeci os lábios, inclinando levemente a cabeça de lado enquanto o aroma de Haphel se espalhava pelas minhas narinas como um convite proibido. O gosto da teimosia dela ainda estava cravado na minha memória. Mordisquei o canto da boca por dentro, sentindo o pulso acelerar com a antecipação.Aquela raposa não sabia o perigo que era fugir de um Lycan.Atravessando o beco, meus passos eram calculados, certeiros, e então...Ela virou a esquina.E o corpo dela colidiu direto no meu. Forte. Rápido. Típico.Ela quase caiu para trás, mas fui mais rápido. A segurei pela cintura com firmeza, puxando-a para mim num único movimento. O corpo dela se encaixou no meu com perfeição irritante.— Mas... como...? — Haphel arfou, surpresa, os olhos arregalados me fitaram, e depois se viraram pa
POV: AIDEN— Aguardem o meu retorno. — Falei firme, sem desviar os olhos dela... da noiva prometida pelos Lunares.A agarrei pelo braço sem delicadeza, arrastando-a para fora sob os olhares silenciosos que sabiam o que significava meu tom. Joguei Verônica contra a parede do corredor com força o suficiente para fazê-la sentir o impacto, mas não a machucar. Ainda.— Verônica, pouco me importa de quem você é filha... ou se tem o conselho lambendo os seus saltos. — Me aproximei até ficar nariz com nariz, o hálito quente roçando o dela. — Se ousar desafiar minhas escolhas mais uma vez, eu mesmo vou te lembrar do motivo pelo qual carrego a fama que tanto teme.Minha aura Lycan explodiu no ambiente.O chão pareceu vibrar. As paredes estalaram como se ameaçassem ceder. O ar ficou denso, sufocante. Vi a expressão dela mudar. Os olhos arregalados, o corpo tremendo. O orgulho virou medo num segundo. Grunhiu baixinho, recuando o rosto, respirando fundo como se tentasse se manter de pé diante da f
Último capítulo