09 – UMA PROPOSTA OUSADA

POV: AIDEN

— Depende do tipo de cuidados que pretende me dar. — Provoquei, com um sorriso lento, apenas para vê-la arregalar os olhos e abrir a boca, chocada.

— Seu... — Ela gaguejou, perdida entre a raiva e a surpresa.

Segurei seu queixo com firmeza, forçando-a a me encarar. Inclinei meu rosto para mais perto do dela, tão próximo que senti sua respiração trêmula.

— Me diga, Haphel... — Assoprei contra seu rosto, deixando o rosnado escapar ao final da frase. — Não quer saber quem foi o responsável pela morte da sua mãe?

Seus olhos se arregalaram na hora, a expressão dela mudou.

— Você... você sabe quem foi? — A voz saiu baixa, quase um sussurro. — Quem foi? Como você sabe quem é o culpado?

Soltei seu queixo devagar, mantendo meus olhos dourados fixos nos dela.

— Eu sei o suficiente para você me ouvir antes de abrir essa boca cheia de provocações.

— Está blefando. — Ela rebateu, mas a hesitação na voz me fez sorrir.

— Quer mesmo testar isso, Haphel? — Inclinei a cabeça, meu tom baixo, grave e direto.

— Para de enrolar! — Haphel deu um passo à frente, cutucando o meu peito com a ponta do dedo. — Quem foi?

— Ah, não, minha raposinha. Informação é poder, e agora esse poder está comigo. — Pisquei para ela, soltando seu queixo e abandonando o toque na pele que ainda estava arrepiada. Virei-me devagar e me encostei na mesa, analisando cada reação da intrigante humana a frente. Vi o exato momento em que ela engoliu em seco, os dedos levemente trêmulos.

— O que você quer de mim, Aiden Belmont? — Haphel perguntou, firme, mesmo com os tons acobreados dos olhos mais intensos e profundos.

— Uma troca. — Falei com calma, arqueando uma sobrancelha, mordendo levemente o canto da boca enquanto meus olhos percorriam seu corpo de cima a baixo, sem pressa. — Nossos destinos estão entrelaçados, Haphel. Então, por que não aproveitar isso?

Ela estreitou os olhos, desconfiada, mas não desviou o contato.

— Eu te mantenho segura. — Continuei, a voz baixa e firme. — Te dou uma nova vida, uma nova identidade... e ainda te ensino a deixar de ser a presa para se tornar a caçadora. Juntos, vamos atrás de quem tirou tudo de você.

— E você vai fazer isso porque... não é um lobo malvado? — Ironizou, cruzando os braços para cobrir o corpo, enquanto arqueava a sobrancelha.

— Com toda certeza, não. — Sorri de lado, exibindo as presas, a ponta da língua passando lentamente por elas. — Sou muito pior, Haphel.

Ela estremeceu, seu cheiro ficou mais intenso, provocando cada instinto em mim.

“Ah... que aroma deliciosamente viciante.” Lurak ergueu o focinho dentro da minha mente, como se pudesse provar o ar. “Essa raposa ruivinha não faz ideia do perigo que corre. Que pena ter caído em nossas garras.”

— Quero que seja minha Luna. — Declarei, friamente erguendo o queixo passando o dedão em meus lábios mordendo. — Vai se passar por uma de nós.

— Sua o quê? — Haphel exclamou, confusa, os dedos tocando involuntariamente a corrente presa em seu pescoço. — Uma Luna? Desculpe, não estou procurando emprego, Sr. Belmont, muito menos alguém que mente, me persegue e me sequestra sem explicação.

— É fascinante você achar que tem opções. — Inclinei levemente a cabeça, analisando cada micro reação dela. — Às vezes, esqueço que vocês, humanos, são completamente cegos para o nosso mundo. — Rosnei, impaciente, passando a mão pelos cabelos enquanto caminhava lentamente em sua direção.

Dessa vez, mesmo com o corpo tremendo, ela não recuou. Ergueu o queixo, afiada e ousada, encarando com um olhar que desafiava cada centímetro da minha paciência.

— Vou facilitar sua compreensão. — Parei a um passo dela, descendo o olhar predatório sobre esta pequena presa tentadora. — Quero que seja a minha esposa!

— Sua... Sua Esposa? — Haphel repetiu, perplexa, abrindo e fechando os lábios como se tentasse organizar o turbilhão na cabeça. — Você quer que eu...

Ela limpou a garganta, tentando manter a firmeza, mas suas pernas falharam por um segundo. Segurei-a pela cintura, firme, puxando seu corpo para mais perto do meu.

— Qual a dificuldade de entender, Haphel? — Rosnei baixo, a voz grave, rouca e firme. — A proposta é bem simples: Você casa comigo... e eu te dou proteção e vingança.

— Me casar com você? — Ela me encarou como se eu tivesse acabado de anunciar o fim do mundo. — Isso aqui é o quê? Algum ritual bizarro de sequestro com bônus matrimonial?

Sorri de canto, divertindo-me com a reação.

— Eu chamo de acordo. — Apertei um pouco mais a mão em sua cintura, sem pressa. — Você ganha o que quer, e eu ganho o que preciso.

— E o que exatamente você precisa, Aiden Belmont? — Ela rebateu com sarcasmo, o olhar ainda desafiador, mesmo ofegante. — Uma esposa de mentira para enganar seus amiguinhos lobos?

— Sou um Alfa, Haphel. — Falei com firmeza, minha voz baixa e direta. — Esperam que a Deusa me abençoe com uma destinada. — Inclinei o rosto devagar, deslizando a ponta do nariz até próximo ao seu ouvido. — Mas eu não gosto de perder tempo com coisas inúteis... e menos ainda com promessas vazias. Você será perfeita para isso!

— Você é louco! — Ela exclamou, tentando empurrar meus ombros, mas não me movi. — Eu não vou me casar com você! Eu nem sei o que você é de verdade! Não deveria procurar alguém da sua espécie para isso? Se todos aqui forem como você... um monstro.

— Lupinos. — Corrigi, soltando-a com um rosnado grave. — Meio lobos, meio humanos.

— Isso é... logicamente impossível. — Haphel disse, a voz alta e nervosa, andando de um lado para o outro. — Eu devo ter enlouquecido de vez... Um lobo me pedindo em casamento!

Ela parou abruptamente, me olhando desconfiada.

— Você disse que eu teria que “passar por uma de vocês”. O que exatamente isso significa? E por que aqueles dois me chamaram de ômega? Eles não sabem que eu sou humana?

— Não. — Respondi firme, cruzando os braços enquanto observava cada detalhe de sua postura. — E é melhor que continue assim. Você está cercada por lobos, Haphel. — Inclinei a cabeça, deixando o olhar dourado brilhar com intensidade. — Deveria tomar mais cuidado com a sua identidade...

Abri levemente os lábios, deixando minhas presas à mostra, liberando minha essência Lycan no ar. A mudança na atmosfera foi imediata, densa e dominadora. Haphel prendeu a respiração, o corpo travado, os olhos arregalados.

— Normalmente... — Continuei, me aproximando lentamente estendendo a garra tocando seu queixo, cortando um filete de sangue. — Jantamos a sua espécie!

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App