Num momento de intensa conexão, Greta finalmente se entregou aos seus sentimentos por Thalan, desafiando as expectativas e as regras não escritas da matilha. Mas o destino cruel interveio quando o alfa da matilha decidiu prometer Thalan em casamento para unir duas poderosas alcateias, ignorando o amor entre Thalan e Greta. Com o coração despedaçado pela rejeição e pelas circunstâncias, Greta tomou uma decisão radical: deixar para trás tudo o que conhecia e embarcar numa jornada solitária no mundo humano. Longe da ilha que a acolheu e do lobo que amava, ela tentou cicatrizar suas feridas emocionais, mesmo mantendo uma conexão dolorosa com Thalan. Enquanto Greta enfrentava o desafio de aceitar seu destino, a Deusa Selene, guardiã dos lobos, sorria de maneira enigmática. Ela sabia que o amor verdadeiro nunca se perde completamente. Em meio às suas provações, Greta poderia encontrar uma segunda chance, um novo parceiro, e a promessa de uma nova lua que eventualmente olharia novamente em direção a seu coração. Assim, mesmo com as cicatrizes do passado. Greta LeBlanc estava destinada a descobrir que, sob a luz da lua, o amor é tão eterno quanto o próprio tempo.
Leer másJahi Gad
Em um mundo onde a nossa existência não passa de história de terror, mito e fábula, é sempre perigoso ter que adentrar ao mundo humano para conseguir recursos importantes para a manutenção de minha pequena matilha.
Minha companheira é uma loba diferente, o cheiro adocicado que exalava dela não é de uma simples ômega, havia algo a mais nela que transcendia o que realmente Freya deve ser. Uma magia muito mais antiga do que a espécie que somos. Ao vê-la deitada no enorme ninho que ela havia preparado há algumas semanas vinha me deixando ansioso, a gestação do nosso bebê estava terrivelmente acelerada.
Por esse motivo decidi nos afastar de tudo e principalmente da matilha a qual fazíamos parte. Deixamos a nossa ilha Hailuoto para trás, quando vários outros lobos passaram a ter muito interesse em como Freya cheirava.
Realmente a minha companheira se tornou muito mais atraente para mim, devido a nossa ligação. Mas ela também ficou sedutora para outros lobos da nossa matilha e isso me incomodou, além de me deixar bastante temeroso com a nossa segurança.
Comecei a ficar assustado com a segurança da minha pequena loba que se sentiu ameaçada e desde então ela não conseguiu retornar para seu “eu” humano. A mantendo em seu estado animal há mais de três meses.
Nos tornamos nômades apenas para que Freya possa ficar em segurança assim como nossos filhos ou filho, ainda não temos certeza de quantos bebês teremos, mas pelo cheiro que ela estava exalando, tenho a sensação que será apenas um filhote.
Olho para a minha companheira deitada em seu ninho, no fundo da toca que consegui encontrar e transformar em nosso refúgio. Caminho até ela e com cuidado para não levar outra mordida, sorrio ao ver os seus olhos em minha direção, vendo se não baguncei o seu trabalho. Freya se tornou meio obsessiva com a forma que cada um dos panos que ela havia escolhido para formar o seu ninho estavam arrumados. O que me faz sorrir, sei que minha linda loba será uma ótima mãe protetora como é de seu instinto.
Me aproximo dela me abaixando para ficar próximo aos seus olhos e poder conversar com ela por um instante.
— Acha que consegue voltar, meu amor? — Pergunto para a loba deitada.
Ela estava exibindo a sua enorme barriga e a via com uma respiração cansada, sabia que seu parto vinha se aproximando e isso começava a me preocupar. Um rosnado baixo e um suspiro é a sua resposta a minha pergunta.
— Tudo bem, tenho que ir à cidade comprar mantimentos para você, acho que logo a nossa toca terá um novo habitante. — Digo fazendo um carinho atrás de sua orelha.
Ouço um ganido baixinho, aquilo me deixa tranquilo de uma forma inexplicável, é algo que me deixa feliz, sei que minha companheira está bem.
— Prometo não demorar! — Digo e saio de seu ninho com cuidado.
Olho novamente para a loba que estica as suas patas se espreguiçando e deita a sua cabeça em um dos travesseiros que escolheu para se tornar parte de seu ninho. Seus olhos se fecham e meu lobo parece inquieto em deixar nossa companheira aqui.
“Não a deixe”
Ele insiste mais uma vez rosnando em minha cabeça, sinto o fogo da transformação em meu peito, mas forço o controle para não me tornar um lobo enorme agora, afinal preciso ir a uma farmácia e comprar algumas coisas para ter aqui assim que nossos lobinhos nascerem.
Viro de costas quando noto que ela finalmente pegou no sono. Tento ser o mais rápido que posso para chegar a Oulu. Olho para todos os turistas que passavam por mim, assim que chego no centro da cidade e puxo o capuz do meu casaco para esconder um pouco o rosto do frio e volto as memórias antigas:
Havia se passado apenas alguns dias que Freya havia saído do seu cio, precisei afastá-la de toda a nossa matilha, já que o cheiro dela se tornou atrativo a todos os lobos, até mesmo aos que já tem as suas companheiras, o que chamou a minha atenção.
— Isso deve ser alguma maldição ou feitiço lançado sobre ela, não tem outra explicação! — Ouço um dos médicos da nossa alcateia dizendo.
— Mas por quê? — Pergunto intrigado.
— Você sabe que sua companheira é de uma alcateia que tem o costume de usar a magia, não é? — Apenas concordo com a cabeça. — Pode ter acontecido algo…
Essa conversa nunca saiu da minha cabeça e a decisão de sair da matilha foi a escolha certa ou seria morto assim que estivesse distraído. O pai de Freya é o alfa de nossa alcateia e assim que nos unimos pelas bençãos da deusa Selene, devia me tornar o líder da alcateia por minha companheira ser a filha mais velha.
Mas tudo isso perdeu o sentido quando todos estavam muito interessados a me matar apenas para acasalar com a minha companheira.
Entro na farmácia e começo a escolher o que precisaremos assim que ela entrar em trabalho de parto, estava com uma cesta em minha mão e escolhia várias coisas até que comecei a sentir aquela queimação em meu peito novamente, algo estava errado. Ergo a minha cabeça e via apenas mais alguns pouco clientes fazendo suas compras.
Mas um homem com os cabelos brancos em um coque me chamou atenção. Volto a minha atenção para as minhas compras sentindo o cheiro de magia que exalava dele, o odor ocre deixava claro que ele não era um homem comum, deve fazer parte de algum círculo mítico que existe na imensidão desse universo.
Nervoso e ansioso, pego somente o necessário e vou em direção ao caixa para pagar minhas compras queria sair daquele lugar o mais rápido, mas em vez de voltar pelo mesmo lugar que vim, escolho ir por um novo caminho, para evitar que ele encontre o caminho até a minha toca.
Depois de rodar meia cidade e parar em um café, tenho certeza que ele não estava me seguindo. Não conseguia mais sentir o odor que sai daquele desconhecido. Decido voltar para a minha toca e ver como estava a minha companheira. Saí da cafeteria e olhei para todos os lugares. Ergo um pouco as narinas para confirmar e, de fato, não conseguia mais o sentir.
Meu lobo dentro de mim estava agitado, podia ouvi-lo rosnando e tentando me impulsionar para frente. Ele desejava que retornasse para a nossa toca rápido, é como se estivesse prevendo o perigo que estava a espreita.
Volto para a minha toca ansioso para rever a minha linda loba branca. Caminho para dentro da minha toca e então volto a sentir o odor daquele homem novamente. Para o meu desespero ele estava lá, deitado no meu ninho e com a minha companheira presa com o braço dele envolvendo o seu pescoço e uma adaga apontada em direção à barriga protuberante de minha companheira. Dou um passo a frente e o vejo apertar o seu pescoço.
— Muitos erros cometidos… — Ele começa dizendo. — Não se preocupe Jahi, seu filhote nascerá, darei a chance para que esse bebê mostre ao mundo lupino o quão valioso é. — Diz e vejo minha companheira se contorcer em dor.
Dou um passo a frente para poder ver melhor se ela estava bem e então sinto a presença de outra pessoa que acerta um golpe em minha nuca, fazendo com que caísse de joelhos de frente para minha companheira que começa a uivar com dor.
Com os olhos vidrados no que acontecia com a Freya. O grunhido alto da loba branca a minha frente me deixa ansioso e tento me aproximar, respiro fundo sentindo o meu peito queimando. Os rosnados do meu lobo me deixam ainda mais irritado com esse maldito apertando a minha companheira como estava.
O uivo de Freya me deixa desesperado e a forma que aquele homem apertava a sua barriga, forçando o nascimento do meu pequeno lobinho me deixou transtornado. Darei a minha vida para proteger a minha família e tenho certeza que quando o pai de Freya souber que alguém foi enviado para nos matar, ele entrará em guerra.
Mas antes que pudesse me aproximar do ninho da minha loba protetora sinto o primeiro impacto no meu corpo, o som oco de vários disparos não impede que entre no círculo que ela havia feito com tanto carinho a espera dos nossos filhotes.
Cambaleio e sinto a dor percorrendo por todo o meu corpo, não tenho forças e o meu lobo uiva desesperado por não poder salvar a companheira pela ligação que nossa deusa Selene abençoou há tantos anos!
Caio perto de suas patas e vejo o seu pelo tingido com o seu sangue, ouço o choro de minha loba e a lágrima que escorre em seu pelo, faz com que me martirize por não proteger a minha família os deixando vulneráveis.
— É uma menina… — Aquele desgraçado diz.
Ergo a minha pata dianteira tentando alcançar Freya, sua fisionomia de desespero estava estampada. Aquele maldito aperta o seu pescoço mais uma vez.
E depois de muitos meses Freya consegue voltar ao seu estado humano, seu rosto estava banhado em lágrimas.
— Me perdoe Jahi, não esqueça eu te amo mais que tudo… — Ouço um disparo oco.
Fico sem reação ao ver aquele homem com a arma apontada agora em minha direção. Minha companheira é lançada a minha frente sem vida, seus lindos olhos que um dia tinham um tom achocolatado agora estava sem brilho e sem alma.
Meu lobo emite um uivo cortante, deixando a sua dor e mágoa pela perda rasgar o silêncio que se fez dentro daquela toca, o lugar que escolhi para ser o meu lar e o recinto que imaginei ser a nossa pequena fortaleza. Mas falhei terrivelmente com a mulher e a loba que amo.
— Pode matá-lo, se aquele beta idiota acha que pode me enganar, ele está muito enganado, essa pequena será a ruína dele! — Ele diz.
Ergo o meu olhar uma última vez para o céu estrelado que tanto a minha companheira amava e via sobre nós a luz que entrava pela abertura no fundo da nossa toca, o lugar onde será nos descanso para a eternidade. Selene estava esplendorosa cheia e vermelha.
Minha filha, minha pequena lobinha com a pele tão linda como a lua e com uma penugem sobre a sua cabeça com a mesma cor que a nossa deusa. Sorrio para a divindade que nos banhava com a sua luz e sou grato por tudo o que experimentei até aqui.
Olho mais uma vez para a minha companheira, sinto o cano da pistola em minha têmpora e meu lobo traz um pensamento do fundo da minha mente.
Deixando claro em nosso leito de morte que a profecia se cumpriu naquela noite!
Greta LeblancJá se passou quatro meses desde a morte de Axel, pensei que as coisas iriam melhorar com o passar dos meses, mas dia após dia vejo meu companheiro obstinado em seguir com o plano de matar cada um dos Bispos que invadem o nosso território.Desde que voltamos não vi Aslan chorar por nosso filho, não que ele tenha deixado de se preocupar ou até mesmo em ser o pai maravilhoso que ele sempre foi, na verdade, ele está ainda mais focado em deixar Echo e Ruby preparados para se algo do tipo acontecer novamente.Nossos filhos vêm adorando toda esse treino e atenção que estão recebendo, mesmo que não seja o que eu realmente queira. Afinal eles mesmo sendo muito maduros para a idade que possuem ainda são crianças de seis anos.Meus olhos vão para a mesa farta com algumas das coisas que meus filhos mais gostam e decido pedir ajuda para recuperar o meu companheiro de volta, que ele enxergue a mim e aos nossos filhotes que precisam de um pai e não apenas um preparador físico.A única p
Aslan FenhirJá podia ver a minha companheira do outro lado do píer, ela estava agarrada a Tara que deslizava a mão por suas costas a tranquilizando. Respiro fundo tentando encontrar coragem para encarar a mulher que amo e confirmar para ela que não trouxe todos os seus filhos.Fecho os olhos sentindo Leucos ainda se torturando pelo que aconteceu, nos faltou forças para puxar aquele maldito para cima e conseguir puxar o meu menino veloz para o meu colo.— Não se torture! — A mão de Thalan estava em meu ombro.Olho para Echo que dormia em seu colo e tento fazer o que ele me pediu, mas a dor da perda e a minha consciência humana não deixa ver a razão naquele momento. Estava mergulhado na culpa por não ser mais forte, de não ter lutado mais contra aquele Bispo e o trago para cima.— Greta vai precisar de você inteiro e se entregar a culpa não vai ajudar em nada, sabe que em poucos meses vocês estarão com outro bebê no colo de vocês! — Ele diz.Olho para Thalan com um pouco de raiva, talv
Aslan FenhirComeçamos a correr em direção ao enorme castelo, mas bem antes de chegarmos lá começamos a ouvir movimentações. Como se estivesse acontecendo uma grande confusão, acelero para podermos alcançar os meus filhos com mais rapidez.Para o nosso desespero, assim que conseguimos derrubar a porta vemos a pior cena possível.Ruby estava sendo esfaqueada em sua pata e Echo estava caído longe de onde estava toda a confusão, mas o meu olhar foi para Axel que lutava contra um dos Bispos que acabou se desequilibrando e atravessou a janela.Corri o mais rápido que consegui e agarrei uma das mãos do Bispo e o via chutando a suas pernas. Hazel se colocou ao meu lado e tentávamos puxar o homem que lutava contra a nossa ajuda.Axel tentava se agarrar as pernas daquele maldito homem que estava se esforçando a matar um dos meus filhos. Sei que se ele caísse não sobreviveria a queda, era muito mais de cinquenta metros e por mais que sejamos resistentes, Axel ainda é uma criança ele não suporta
Ruby FenhirDesço dos ombros de meu irmão e olho ao redor a procura de algo que nos ajude a abrir a porta ou que nos ajude a fugir desses homens. Mas o espaço que fedia a peixe podre estava vazio e não havia nada ali para no ajudar.— Podemos nos transformar em lobos e fugir deles… — Olho para Echo que cria coragem— Por isso te amo… — Digo e o abraço. — Você é o mais corajoso de todos nós.Digo e o vejo meu irmãozinho sorrindo, de certo modo a minha loba se conecta com ele e confio cegamente em Echo naquele momento. Meu olhar vai para Axel que se aproxima e o abraço tão apertado que o sinto suspirar em meu pescoço.— Amo vocês e tenho certeza que iremos escapar daqui! — Falo e ouvimos passos e vozes alteradas se aproximando.— Não parem de correr, mesmo que estejam com dor, apenas corram. — Axel diz e sinto uma pontada dentro de mim.Assim que ouvimos a porta se abrindo fecho os olhos e deixo que a minha loba venha a tona, em questão de segundos apenas a ouvia rosnando na direção do
Ruby FenhirDesde que virei uma loba branca igual a minha mãe, consigo sentir todos os sentimentos e ouvir todos os pensamentos que estiverem por perto de mim.Foi assim que descobri que eu e meus irmãos temos dois pais. Que mamãe, não nos contou por achar que não entenderíamos.Assim que ficamos sozinhos contei ao Axel e ao Echo sobre o que ouvi, diferente do que nossos pais estavam imaginando, gostamos de saber que temos mais dois irmãos e outra família que cuidaram de mim e meus irmãos, enquanto papai Aslan foi resgatar a nossa mãe.Com todas as novidades a única coisa que queríamos era passar um tempo com nosso papai Thalan e a tia Haven que cuidou de todos como se fosse a nossa mãe.Hoje é o dia que viajaremos para a nossa outra casa e estava achando graça da forma como nossos pais estavam nos aconselhando sobre a viagem. Já havia ouvido Leucos e Ísis com medo e insistindo que não fossemos.Mas graça a deusa entramos no avião ao lado de uma mulher muito simpática a mesma que nos
Aslan FenhirOuvir Thalan dizer que nossos filhos foram retirados da aeronave contra a vontade e sob ameaça de homens que as comissárias de voo desconheciam fez com que em tempo recorde estivesse deixando Olavi cuidando da alcateia até que encontrasse meus filhos.— Assim que amanhecer, vou escolher alguns lobos para se encontrarem com você. — Estava apenas com uma mochila em minhas costas.Greta que chorava sem parar o meu lado trazia consigo uma pequena mala e dentro dela havia coisas de nossos filhos. Não havia como poupar a minha companheira do que houve com nossos filhos, se ela me visse saindo no meio da madruga e tão aflito como estava ela perceberia.— Obrigado, qualquer informação apenas ligue! — Digo e seguro no ombro de minha companheira.Começo a conduzi-la para o lado de fora da nossa casa e nos despedimos do beta ao qual estou confiando a liderança enquanto estiver fora. De certa forma consigo sentir nele, confiança e lealdade.O que já me deixa tranquilo em saber que el
Último capítulo