Os dias foram se alongando devagar, como se o mundo tivesse finalmente desacelerado para acompanhar meu novo ritmo. Giovanni completava seis semanas, e eu começava a reconhecer meu corpo novamente, mesmo que em partes diferentes. Meu rosto ainda tinha traços do cansaço, mas havia algo novo no espelho — talvez fosse o olhar mais firme, ou a forma como meu colo parecia feito para embalar o pequeno ser que agora era o centro do meu universo.
Max, como sempre, estava ali.
Todos os dias, sem falhar. Desde o primeiro banho até as longas madrugadas em que Giovanni acordava chorando sem explicação, ele era quem levantava primeiro, que pegava no colo, que dançava pela sala cantarolando as músicas mais ridículas. E eu deixava. Não porque era mais fácil, mas porque era sincero. Ele queria estar ali.
E, apesar de tudo, eu também queria ele por perto.
— Ele tá rindo mais — comentei naquela manhã, observando Giovanni deitado no tapete de atividades, as mãozinhas gordinhas tentando alcançar o chocal