Acordamos com o som dos sinos da igreja da vila. Um som suave, que parecia dançar pelo ar como uma música antiga. A luz da manhã invadia o quarto pelas janelas abertas, e Max estava deitado ao meu lado, de olhos fechados, mas com um sorriso tranquilo nos lábios. Um sorriso de paz.
Demorei alguns minutos só para observá-lo.
Era estranho pensar que aquele homem ali, de respiração calma e expressão serena, já foi o mesmo que um dia me olhou com desconfiança, com orgulho ferido, com raiva. Hoje, tudo nele era diferente. Hoje, ele me olhava como se eu fosse a escolha mais certa da vida dele.
E isso... me quebrava e me curava ao mesmo tempo.
— Bom dia — sussurrei, passando os dedos pela linha do maxilar dele.
Os olhos dele se abriram lentamente, e aquela faísca que eu conhecia tão bem apareceu ali, como se só de me ver, o dia já tivesse começado bem.
— Você sempre acorda assim? Linda, cheirosa e perigosa?
— Perigosa?
— É. Perigosa pro meu autocontrole.
Sorri, envergonhada, e ele me puxou pa