Era como viver dentro de um quadro.
A Toscana tinha esse ar de sonho antigo, com seus campos ondulados, as parreiras alinhadas em fileiras suaves, as oliveiras retorcidas pelo tempo, como se contassem histórias silenciosas de gerações inteiras. Tudo era verde e dourado. A brisa tinha cheiro de lavanda e uvas maduras. E o silêncio… ah, o silêncio ali era um presente. Um silêncio que não pesava, mas abraçava.
Estávamos numa vinícola isolada, uma casa de pedra com janelas de madeira, cortinas brancas que dançavam com o vento, e uma varanda com vista para um mar de vinhas que se perdia no horizonte. Não havia vizinhos. Não havia relógios. Só nós dois. E o tempo, finalmente, ao nosso favor.
— Você percebe que estamos num cenário digno de um filme, né? — murmurei, enquanto andávamos devagar por um dos caminhos entre os vinhedos.
Max apertou minha mão, entrelaçando nossos dedos com força.
— É. Só que o filme é nosso. E eu sou o sortudo que conseguiu o papel principal ao seu lado.
— Modesto c