ALESSANDRO
A mansão parece diferente quando atravesso seus portões.
Talvez porque, pela primeira vez, chego trazendo fantasmas comigo.
O som dos saltos de minha mãe ecoam antes que ela apareça no saguão.
Giorgia D’Amato continua sendo a imagem perfeita da elegância — mesmo com o olhar cansado e a voz embargada.
Quando vê Donatella, o tempo parece parar, ou talvez voltar.
Um tempo em que eu não sabia a proporção do que estava vivendo hoje.
Ela leva a mão à boca, os olhos marejam, e então simplesmente a envolve num abraço. Sem se importar o estado em que Donatella estava.
— “Achei que nunca mais te veria!” — sussurra, apertando-a com força.
Donatella retribui o gesto, frágil, mas firme.
— “Eu também não… Como Rick está?”
O nome pesa no ar.
Minha mãe respira fundo, segurando o choro.
— “Na mesma. Mas não perco as esperanças.”
Eu observo a cena em silêncio.
Há algo ali que não entendo — algo que nunca me foi dito.
Mas guardo os questionamentos para depois. Agora, o que importa é ela.
Isa