O gabinete de Eduardo estava mergulhado em silêncio, mas sua mente pulsava em alerta. As últimas horas haviam sido consumidas pelo protocolo: o bilhete entregue de forma clandestina, as fotos recebidas do investigador, a movimentação estranha em torno da casa de proteção. Tudo convergia para uma única conclusão: o risco estava crescendo.
Eduardo abriu a pasta e revisou cada detalhe. Não podia ignorar. A formalização da investigação era inevitável, mas, ao mesmo tempo, significava jogar luz demais sobre Vivian — sobre Scarlett. E isso poderia ser fatal. Ele fechou os olhos por um instante, respirou fundo e tomou a caneta na mão. Preencheu os primeiros formulários de comunicação interna, anexou o material como prova e datou. Era o juiz em sua forma mais rígida, mas também o homem que, em silêncio, lutava para não entregar a mulher que queria proteger.
Henrique entrou sem bater, trazendo o café. — Você parece um homem que já ouviu sua sentença. — Sentou-se na cadeira oposta e apoiou os