A madrugada tinha cheiro de maresia e café fresco. O som das ondas vinha manso, quebrando em cadência contra as pedras, como se o mundo enfim respirasse no mesmo ritmo que ela. Vivian ficou um tempo parada à porta da varanda, observando o dia nascer. O horizonte ainda carregava traços lilases de uma chuva que passara durante a noite, e a areia molhada brilhava sob a primeira luz.
Eduardo se aproximou por trás, os cabelos desgrenhados, um lençol amarrado na cintura.
— Você acordou cedo — murmurou, encostando o queixo no ombro dela.
— Queria ver o mar depois da chuva. — Ela se voltou um pouco, o sorriso discreto. — É diferente… parece novo.
— Igual a você — respondeu ele, e a abraçou com força silenciosa.
A casa simples que escolheram para viver era pequena, feita de madeira clara e janelas largas que deixavam o vento entrar sem pedir licença. O cheiro de maresia misturava-se ao aroma do café que ele preparava todas as manhãs. Não havia luxo algum, mas havia paz. As roupas secavam presa