O vento descia do morro com um assobio fino, como se a noite soprasse aviso. Aline se moveu primeiro: apagou a lanterna, deslizou a trava da porta e apontou para os pontos de fuga já ensaiados. Vivian prendeu o cabelo, ajeitou o casaco no corpo e segurou o caderno azul—não por utilidade, mas porque precisava de algo que fosse dela, anterior a tudo. Eduardo verificou a arma curta que Aline havia lhe dado, conferiu o pente, respirou fundo e assentiu. Era hora de pensar baixo e agir alto.
— Dois a três homens — Aline murmurou, olho pela fresta. — Andam como quem não conhece o terreno. Não é polícia. — Uma pausa. — Ou é polícia que desaprendeu.
Eduardo reconheceu o padrão: passos que se anunciam demais, lanternas que cortam o escuro numa diagonal preguiçosa. Capangas com cobertura. — Eles testam o perímetro antes de chamar reforço — concluiu. — Temos quinze minutos, no máximo, antes de vir a segunda leva.
Vivian engoliu o medo e escolheu foco. — O pen drive…
— Comigo — Eduardo tocou o bol