O dia começou cinza, com o cheiro de café e chuva ainda no ar. O casarão permanecia silencioso, mas a calma era enganosa — o tipo de sossego que vem antes de algo ser descoberto. Eduardo estava diante do notebook, os olhos fixos na tela, enquanto Aline, com o joelho enfaixado, passava devagar os dedos sobre o pen drive recuperado na missão. Era idêntico ao primeiro — mesma cor metálica, mesmo arranhão lateral. Só o conteúdo, agora, prometia algo mais perigoso.
Vivian observava de longe, recostada na parede, o cabelo solto ainda úmido da manhã. Havia algo hipnótico em ver Eduardo tão concentrado — a forma como o maxilar dele travava quando digitava rápido, o jeito metódico de arquivar cada fragmento de dado, como se organizasse o próprio caos. Era um homem acostumado a desmontar verdades com a mesma precisão que outros montam mentiras.
— Os arquivos estão criptografados — ele murmurou. — Mas há uma sequência de imagens no diretório oculto. Parecem... vídeos de reuniões.
Aline se apro