Clara
As palavras de Roberto não abalaram Viviane e ela ignorou-o solenemente. Os olhos dela caíram sobre mim. Por um instante, senti como se fosse novamente aquela jovem acuada, a quem ela destruiu com uma simples farsa.
Theo apareceu atrás de mim, colocando a mão firme no meu ombro, em um gesto silencioso de proteção que me deu forças.
— O que você está fazendo aqui, mãe? — ele perguntou, a voz baixa, mas firme, contida.
Viviane sorriu de um jeito cruel.
— Não precisa falar assim comigo, querido. Vim apenas ver meu neto. Ou será que agora preciso de permissão para isso? Onde está o berço?
Nenhum de nós respondeu ao comentário mordaz de Viviane. O choque da sua aparição era grande demais. Teresa, no entanto, agiu instintivamente. Ela se colocou ao meu lado, protetora, colocando a mão no meu braço. Laís, por sua vez, talvez por puro desconforto ou subitamente ciente de sua posição, desviou o olhar para o prato.
— Não sei se este é o melhor momento, Viviane — Teresa disse, tentando man