Theo
O telefone vibrou no meu bolso. Eu estava em meu escritório na Ferraz, tentando focar em um relatório financeiro que exigia concentração total, mas a paz da manhã foi imediatamente quebrada ao ver o nome “Mãe” na tela.
Suspirei, sentindo um enfado que beirava a exaustão. Ainda não havia decidido o que pensar sobre o problema de saúde que Viviane alegou ter. Falar com ela era a última coisa que eu desejava naquele momento de reconstrução com Clara.
Contudo, por reflexo, atendi.
— Theo, querido? — A voz de Viviane soou estranhamente fraca, quase sussurrada, diferente de qualquer coisa que eu já tinha ouvido dela, que sempre falava com a voz alta e autoritária.
— Sim, mãe. O que houve? — Tentei manter o tom neutro.
— Preciso que me leve a São Paulo — ela disse, e notei uma respiração superficial na linha. — O médico quer dar o diagnóstico final... e ele pediu especificamente que eu não fosse sozinha.
Meu corpo ficou imediatamente em alerta, travando na cadeira. A parte de mim que a