ClaraO ar noturno estava doce, carregado do cheiro de canela e açúcar queimado das barraquinhas. As luzes coloridas penduradas entre as tendas criavam um efeito mágico, e pela primeira vez em meses, eu me senti... leve.A última semana na Ferraz tinha sido um turbilhão. Reuniões intermináveis, olhares atravessados dos colegas que ainda me viam como a "substituta da Teresa", e a constante sensação de que, a qualquer momento, eu iria falhar. Mas nada, absolutamente nada, tinha sido tão torturante quanto evitar ele.Theo Ferraz.O herdeiro que parecia ter prazer em surgir nos lugares mais inesperados, sempre com aquele sorriso torto e os olhos claros que me desnudava sem tocar.Por isso, quando Laís, a recepcionista de vinte e um anos que sempre tinha um sorriso fácil e histórias irreverentes, me convidou para a Festa da Colheita, um evento tradicional da cidade com shows e barracas gastronômicas, eu aceitei antes mesmo de pensar.Precisava sair daquela bolha de tensão.— Você tem que e
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