Viviane
O hotel em que me hospedei ficava na cidade vizinha a Ferranopólis, uma construção moderna de vidro e mármore, com vista panorâmica para o lago e serviço de quarto à altura do meu padrão.
Eu jamais me sujeitaria a ficar em um dos hotéis de Ferranópolis, todos pequenos, provincianos, impregnados da mediocridade daquela cidade. Além disso, ficar um pouco afastada era estratégico. A distância oferecia discrição, e, nesse momento, eu precisava observar antes de agir.
A suíte era ampla, com tons neutros e cortinas pesadas que deixavam o ambiente em meia penumbra. Sentei-me diante da penteadeira, penteando o cabelo devagar, observando meu reflexo no espelho.
Eu não havia planejado voltar a Ferranópolis tão cedo. Na verdade, tinha jurado a mim mesma que nunca mais pisaria naquele lugar. Não depois do divórcio e de conseguido tirar o máximo de dinheiro que consegui do idiota do Roberto. Mas a vida tem um jeito cruel de testar promessas, e a minha ruína veio pelas mãos do homem em q