Na calada da noite, com o vento cortando os becos de Moscou, Ivo chegou até o antigo apartamento de Aleksei, um prédio discreto, mas de segurança inexplicavelmente reforçada. Subiu sem chamar atenção, e encontrou o russo como sempre: sereno, impecável e lendo um livro de capa preta ao lado de uma lareira acesa.
— Ivo… — disse Aleksei, sem desviar o olhar da página. — Sabia que você viria.
— Preciso falar sobre Amanda Duarte — foi direto. — Carlos está inflamado.
Aleksei fechou o livro com calma e cruzou as pernas. Havia um brilho sutil e ameaçador nos olhos dele.
— Conhecer, não. Mas Amanda… Amanda me lembra alguém.
Ivo se inclinou, atento.
— Três anos atrás — começou Aleksei — surgiu uma jovem… fria, bela, letal. Ninguém sabia o nome. Mas ela foi a peça-chave para desmantelar uma rede de facções que operava na Ásia, Leste Europeu e parte da África. Drogas, tráfico de armas, corrupção institucional. Os países envolvidos nunca assumiram publicamente, mas ela… e o grupo que a seguia, tr