A sexta-feira parecia repousar preguiçosa sobre a fazenda, o sol começava a descer no céu, pintando de dourado os telhados, as árvores e o silêncio morno do campo. O som do carro rompendo o cascalho da estrada chamou atenção antes mesmo de qualquer palavra.
Carlos Duarte foi o primeiro a descer, imponente como os irmãos, mas com aquele ar urbano que nunca deixou mesmo depois de tanto tempo longe. Ao lado dele, Lígia ajeitava os óculos escuros enquanto batia o salto na terra batida com visível desconforto. Otávio, de terno casual demais para o campo, saiu do carro olhando em volta com um sorriso enviesado. E logo atrás dele, Emili — cabelos soltos, expressão leve — trazia nos olhos o brilho de quem reencontra algo que não sabia que sentia falta.
Augusto e Afonso já estavam na porta da casa principal, braços cruzados, aquele sorriso meio duro que só se amolecia entre irmãos. Trocaram abraços firmes, demorados, o tipo que guarda mais do que palavras. Nenhum deles dizia muito, mas a presen