Na varanda, a conversa ganhava tons mais íntimos e perigosos. Enquanto Amanda caminhava ao longe com Luciana e Ana, os que ficaram ali pareciam tecer, ponto a ponto, a rede de ressentimentos mal resolvidos. Rubia, com seu ar calculado e voz adocicada, lançou a pergunta como quem joga veneno com luvas de seda:
— “Sofia, você não sente nada vendo a Amanda tomando conta de tudo? Agora até o filho dela… dizem que seu sogro, o poderoso Augusto Duarte, morre de amores pelo Jorge.”
Sofia respirou fundo. O olhar se perdeu por um instante no horizonte, mas sua resposta veio firme, ainda que carregada de nostalgia e certa resignação:
— “No começo, Rubia, eu não via isso. A proteção do José por Amanda me parecia coisa de irmão — exagerada talvez, mas normal. Ainda mais porque o João… não gostava dela. Eles brigavam feito gato e cachorro. Amanda adolescente era fogo puro, e João já era um homem formado. Naquela época ele estava com a prima Clara, e as brigas eram constantes.”
Mirela ouviu em silê