Era difícil discernir o que era fato e o que poderia ser apenas mais uma invenção do mafioso para ludibriá-la. Por mais que tentasse encontrar alguma lembrança clara, Luísa não conseguia se lembrar de nada além do que o Marcos contou quando ela despertou no leito do hospital.
A memória recente era um quebra-cabeça com peças faltando. Naquele quarto branco e silencioso, Marcos disse que estavam namorando há algum tempo, e até mesmo usou fotografias para comprovar o que falava.
O único rosto que reconhecia era o de sua meia-irmã.
— Luísa! — chamou Paolo, arrancando-a de seus devaneios. — Você está bem?
Ele estava diante dela, com o cenho franzido e o olhar inquieto. Ao notar que ela demorava a responder, inclinou o corpo, como se buscasse um sinal mínimo de reação.
— Eu, eu — gaguejou Luísa, antes de inspirar fundo e finalmente proferir: — Preciso de um tempo. — Ao dizer isso, recuou um passo, instintivamente, como se o espaço entre os dois a sufocasse.
Levou uma das mãos ao peito, s