— Luísa! — Ele a chamou suavemente. — Como se sente?
— Está frio — os lábios mal se moveram ao ciciar.
— Você se alimentou hoje? — perguntou ao acomodá-la no sofá. Com as palmas das mãos compridas, começou a esfregar-lhe os braços, tentando gerar calor. — Você tem que comer — teceu o comentário, a voz repleta de impaciência contida.
As palavras dele entravam em seus ouvidos como se viessem de muito longe, abafadas, irreais.
— Fique aqui. Vou pedir à governanta que chame um médico — anunciou, já erguendo o corpo para se afastar.
— Não! — protestou ela, agarrando-se à gola da camisa preta de Don Morano. — Estou melhorando — alegou, esforçando-se para sentar.
— Fica aí — ordenou, pressionando-a levemente com o antebraço para que permanecesse deitada. Em seguida, ajeitou uma almofada sob a cabeça dela. — Não vou sair daqui até você melhorar — assegurou, o toque de seu dedo indicador repousando com ternura sobre o rosto dela.
Com os olhos semicerrados, Luísa repousou a cabeça no travessei