“Há silêncios que não nascem da ausência, mas da recusa. E lembrar, às vezes, é a forma mais dolorosa de existir em segredo.” — Do diário de D.
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A reunião, esse espetáculo de formalidades e egos inflados, havia finalmente chegado ao fim, mas o verdadeiro drama, ah, esse ainda reverberava dentro dela como um eco teimoso em um salão vazio.
Dayse Lancaster mantinha a expressão serena enquanto cruzava o hall da Bellucci Corporation com passos firmes e controlados. Os olhares de respeito e curiosidade a seguiam, mas ela não os via. Estava em outro lugar — dentro de si mesma, mergulhada em uma guerra civil interna, travada em um campo de batalha que ninguém ao redor sequer suspeitava existir.
“Não foi a ausência que doeu. Foi o esquecimento. Como se eu nunca tivesse existido.” ― Diário de D.
― “Ele me olhou nos olhos... e não me reconheceu.”
A constatação pesava sobre ela mais do que devia, como uma ironia, uma piada de mau gosto contada pelo destino.
Era um golpe que ela não previra, um