“Às vezes, é preciso atravessar um salão inteiro sem tremer os cílios, mesmo que o coração esteja em ruínas por dentro. Porque há guerras que se vencem com a postura. Outras, com o silêncio. E quase todas, com memória.” — Diário de D.
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As portas principais do evento se abriram com a precisão de um momento decisivo — e o salão, até então cheio de vozes e taças tilintando, mergulhou em um silêncio de expectativa. Parecia que todos ali, mesmo sem entender exatamente por que, sentiam que algo tinha mudado no ar.
Todos os olhares se voltaram para a figura que entrava com uma confiança quase hipnótica.
Dayse Lancaster atravessava o espaço como se fosse uma profecia se realizando.
O som ritmado dos seus passos sobre o mármore ecoava na cabeça de quem observava, como uma coreografia bem ensaiada. Não havia pressa, mas havia força. A luz dos lustres acariciava sua silhueta e parecia desenhar, com reverência, a mulher que todos ali precisavam notar.
Ela tinha uma postura que não precisava pe