Giulia saiu da escola com a mochila meio caída no ombro e os cabelos já bagunçados pelo vento de Sevilha. Ainda assim, sorriu ao me ver encostada no carro, e correu para me abraçar como se não tivesse me visto havia dias. Ela tinha esse dom de transformar tudo em casa — em calor. Bastava um sorriso.
  — Tô com fome! — disse, segurando minha mão enquanto caminhávamos até o carro. — Hoje teve carne estranha no almoço da escola.
  — Estranha como? — perguntei, rindo.
  — Parecia sapato velho.
  Soltei uma gargalhada.
  — Então tá bom. Vamos fazer algo gostoso em casa. Que tal arroz, ovo e tomate? Do jeito que você gosta?
  — E queijo ralado por cima? — Ela arregalou os olhos.
  — Claro!
  Enquanto dirigia de volta para casa, meu coração estava uma confusão de sentimentos. Eu ainda não acreditava que tinha aceitado o convite de Miguel. Um jantar. Só nós três. Ou seria um jantar de dois com uma companhia adorável?
  Eu não sabia. E isso me deixava nervosa.
  ---
  Estávamos sentadas à mesa,