Saí do prédio ainda com a sensação do beijo dele na minha pele. Não era nada que pudesse ser chamado de “comprometedor” aos olhos de alguém de fora — não foi na boca, não foi longo — mas o jeito como Noah me olhou antes de voltar para dentro… foi o suficiente para bagunçar meu coração pelo resto da manhã.
O ar fresco da rua ajudou a me manter no presente. Ajustei a alça da bolsa no ombro e segui até a cafeteria. O caminho era o mesmo de sempre, mas parecia mais curto, como se minha mente estivesse ocupada demais para perceber o tempo passar.
Assim que cheguei, já encontrei dois clientes habituais na porta, sorrindo e acenando.
— Bom dia, Giulia! — gritou o senhor Antônio, um aposentado que passava por lá todos os dias para tomar café e ler o jornal.
— Bom dia! — respondi com o meu sorriso automático de “estou no trabalho”, mas que hoje veio acompanhado de uma pontada genuína de alegria.
A manhã foi corrida. Entre preparar cafés, organizar pedidos e responder perguntas de clientes curi