Eu ainda sentia os lábios dele nos meus, mesmo depois que o beijo terminou. Era como se a sala tivesse ficado menor, mais quente, mais viva. Eu não sabia o que dizer. Não sabia nem se queria dizer alguma coisa.
Noah não se afastou de imediato. Ficou ali, com a mão no meu rosto, me olhando daquele jeito que sempre me desmontou. Aqueles olhos castanhos que pareciam guardar segredos e, ao mesmo tempo, se abrir completamente pra mim.
— Acho que… vou colocar a Serena pra dormir — murmurei, tentando escapar do peso da intensidade entre nós.
Ele apenas assentiu, e se abaixou para pegar o bercinho portátil que tinha comprado e montado horas antes. Eu ajeitei Serena lá dentro, cobrindo-a com a manta macia, e ela soltou um suspiro tranquilo, já afundada no sono.
Quando me virei, ele estava recolhendo as embalagens vazias, guardando ferramentas, fechando as últimas caixas das coisas que tinha comprado pra ela. Eu me aproximei, passando os olhos pelo apartamento.
O estúdio dele era simples, mas a