Narrado por Gregório
A porta do apartamento abriu com um chute seco. O trinco estourou e bateu na parede, o eco se espalhando pelo corredor estreito. Entrei primeiro, arma em punho, cada passo calculado. O silêncio ali dentro já dizia mais do que qualquer palavra.
O lugar estava limpo demais. Sem copos na pia, sem casacos pendurados, sem bagunça de quem vive. Os móveis ainda estavam no lugar, mas a energia… essa tinha sumido junto com eles.
— Merda… — murmurei, abrindo o armário da entrada. O vazio lá dentro me deu a resposta que eu não queria. Onde deviam estar malas e casacos, só tinha espaço. — Não estão aqui.
Atrás de mim, Marcelo entrou como se fosse a casa dele, com aquele jeito folgado que me irritava desde sempre. Ele não precisava falar nada, mas, claro, não perdeu a chance.
— Você sabe que foi aquele desgraçado que vocês deixaram vivo que avisou ele, né? — disse, com um tom que misturava deboche e satisfação.
Virei pra ele devagar, sentindo o maxilar travar. — Cala a boca, M