Ava
Eu tava na varanda, olhando o céu escurecer e tentando não morder todas as unhas da mão.
Era estranho esse frio na barriga.
Não era ansiedade ruim — era aquela emoção boa, tipo quando a gente sabe que algo incrível tá prestes a acontecer… e mesmo assim o coração insiste em correr uma maratona.
E então…
O portão tocou.
Desci as escadas mais rápido do que devia, tropeçando na barra da calça de moletom.
O segurança me olhou sorrindo.
Segurança: — Senhorita Maya chegou.
Meu peito quase explodiu.
Corri até a porta.
E quando vi aquele cabelo enrolado bagunçado, o sorriso largo e a mochila pendurada num ombro só…
Eu desabei.
Ava: — Maya…
Ela deixou a mochila cair no chão.
E me abraçou tão forte que doeu. Mas foi uma dor boa.
Aquela que a gente sente quando aperta de saudade, mas também de alívio.
Maya: — Minha menina! Olha você aqui!
Ava: — Olha você aqui!
A gente se abraçou por uns bons três minutos. De verdade. Sem pressa.
E quando nos soltamos, as duas estavam com os olhos cheios.
May