O solar Ferraz despertou antes mesmo do nascer do sol. Criados iam e vinham pelos corredores, carregando arranjos de flores, tecidos alvos e bandejas que perfumavam o ar com especiarias e pães recém-assados. Isabel, em seu quarto, permanecia junto à janela, observando o jardim transformado em cenário de festa. O coração batia acelerado, não apenas pelo nervosismo da cerimônia, mas pela sensação de que aquele seria o verdadeiro recomeço.
Teresa entrou sem bater, trazendo nos braços um véu delicado, bordado à mão. Seus olhos marejavam de emoção, mas sua voz mantinha a firmeza costumeira.
— Minha filha, você está mais bonita do que qualquer flor deste jardim.
Isabel sorriu, corando.
— Mãe… não diga assim. Tenho medo de que seja apenas um sonho.
— Não é um sonho, Isabel — respondeu Teresa, ajeitando os cabelos da filha com carinho. — Hoje é o dia em que você escolhe viver de verdade.
Enquanto isso, no salão principal, Gabriel recebia convidados com a postura segura que sempre o acompanhav