A festa do casamento seguia intensa no solar Ferraz. As luzes douradas refletiam nas taças de cristal, a música suave embalava os casais no jardim, e Isabel era constantemente rodeada de convidados desejando felicidades. Apesar de todos os olhares, ela parecia só ter olhos para Gabriel, que a observava com o mesmo encanto desde o instante em que a vira entrar vestida de branco.
Na mesa principal, Teresa sorria orgulhosa, observando a filha rir com sinceridade pela primeira vez em anos. Isabel inclinava-se para cumprimentar familiares distantes, mas, em cada pausa, seus olhos buscavam Gabriel, como se ele fosse a âncora de todo aquele momento.
— Como está se sentindo? — ele perguntou, ao encontrá-la sozinha por um breve instante.
Ela ajeitou o véu que ainda caía de leve sobre os ombros e sorriu delicadamente.
— Como se tivesse acordado de um pesadelo e, de repente, estivesse vivendo um sonho.
Gabriel se aproximou mais, sua voz baixa apenas para ela.
— Então que nunca desperte, Isabel.