Santa Aurélia parecia tranquila naquela manhã, mas havia algo no ar — uma tensão silenciosa que Isabel não sabia nomear. No solar, ela ocupava-se na biblioteca, tentando mergulhar em livros para distrair o coração, mas a mente não conseguia se afastar do beijo à beira do lago, nem da intensidade crescente de Gabriel.
Enquanto isso, na cidade, Adriano já havia chegado. Instalado em um hotel de fachada discreta, ele observava cada movimento do solar com a ajuda de informantes. A obsessão crescia. Não queria apenas ver Isabel; queria confrontar o homem que agora estava ao lado dela.
— Prepare o carro — ordenou, a voz firme. — Hoje eu vou até lá.
No início da tarde, Gabriel saiu do escritório para verificar algumas obras em uma propriedade próxima da família. Isabel decidiu acompanhá-lo, mas Teresa a convenceu a ficar.
— Não se preocupe. Ele volta antes do anoitecer — disse a mãe.
Isabel concordou, ainda com um aperto no peito.
Gabriel desceu até a cidade em sua carruagem. O percurso era