Em Valdívia, Adriano parecia outra pessoa, tinha olheiras, barba por fazer, tinha perdido a elegância. Ele permanecia sentado diante da lareira apagada. O celular ainda descansava em sua mão, já quase sem bateria e os nós de seus dedos estavam brancos de tanto apertar o aparelho.
Elena, no sofá, virava as páginas de uma revista de moda com. Mas os olhos semicerrados, cheios de veneno, não escondiam o incômodo.
— Vai passar o resto da vida correndo atrás dela? — perguntou, a voz melosa, fingindo demostrar preocupação — Isabel não merece tanto.
A taça de vinho escorregou da mão de Adriano quando ele se levantou, quebrando no tapete e sujando o lugar de vinho.
— Você não entende, Elena. Isabel foi a única que permaneceu ao meu lado quando você me abandonou. E eu... eu a perdi da forma mais estúpida possível.
Elena bufou alto, batendo a revista contra a mesa.
— Você não a perdeu, Adriano. Você a descartou. E agora fica se fazendo de coitado, como se não tivesse culpa do que aconteceu. Voc