Na casa de Adriano, o clima de tensão parecia ameaçar a quem respirasse. Adriano não sabia mais o que fazer, Isabel parecia ter bloqueado suas ligações. Seu celular estava quase descarregando, pois não desistia de tentar falar com ela.
Do sofá, Elena o observava com um sorriso preguiçoso, enrolada no robe de seda branca. A cada passo agitado dele, sua expressão parecia mais satisfeita, como se se alimentasse daquela inquietação.
— Você está obcecado — disse, cruzando as pernas devagar, a voz melosa. — Isabel se foi. Melhor aceitar.
Adriano se voltou para ela, os punhos cerrados.
— Você não entende! — a voz saiu alta, rouca de tanta fúria contida. — Ela não podia simplesmente sumir. Isabel nunca foi de esconder nada. Eu a conheço melhor do que qualquer um!
Elena arqueou as sobrancelhas, rindo baixo, venenosa.
— Conhece? Se conhecesse de verdade, não teria deixado que ela fugisse sem olhar para trás.
Ele a ignorou. Pegou o celular de novo, discando para contatos que não falava há anos: