Adrian
O vento frio da noite ainda carregava o cheiro de medo. Eu o sentia impregnado na pele, latejando dentro do peito como se fosse meu próprio sangue. O medo dela. O medo de Elara.
Fiquei parado, imóvel, até vê-la atravessar a soleira de sua casa, fechar a porta e se refugiar no interior. Só então me permiti respirar com menos dor. Minha Luna estava viva. Tremendo, assustada, mas viva. Isso era o que importava.
O lobo dentro de mim urrava em desespero, ainda excitado pela batalha. Minha mandíbula estava tensa, meu corpo ardia em raiva, e minhas garras, mesmo retraídas, doíam como se exigissem mais sangue.
Eu não podia. Não devia. Mas não conseguia evitar. O instinto gritava.
Ragnar.
O maldito nome era como ferro em brasa queimando minha mente. O rebelde da alcateia, insolente, sempre contra os anciões, sempre à beira do desafio. Mas desta vez ele tinha ido longe demais. Ele ousou se aproximar dela. Minha Elara. Minha Luna.
Não havia perdão para isso.
Com a fúria me impulsionando,