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Capítulo 107 — Vozes da Prisão

Ecos de Ferro

(POV Ivy)

O silêncio era o mesmo da cela.

Pesado, abafado, espesso — o tipo de silêncio que cola na pele como poeira antiga.

Por um instante, achei que ainda estava lá: acorrentada, respirando o cheiro de ferro e sangue seco, esperando o som dos passos que sempre vinham antes da dor.

Mas o ar era diferente.

Havia cheiro de terra úmida.

E… fumaça.

Fumaça de fogueira, não de corpos queimando.

Abri os olhos com dificuldade.

A claridade me feriu.

Tudo era luz demais depois de tanto escuro.

Estava deitada em uma tenda rústica, o teto feito de couro e galhos trançados. O tecido deixava passar feixes de luar prateado que se moviam conforme o vento.

Meu corpo doía — cada músculo, cada osso. As marcas nos pulsos ainda estavam abertas, mas limpas.

Alguém havia cuidado de mim.

Tentei me mover, mas o selo queimou no peito.

O mesmo selo que a Lua marcou em Selene — a minha Selene.

Ele pulsava em sincronia com o meu coração, como se me lembrasse de que ainda estávamos ligadas.

E entã
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