(POV Dorian Hale)
O som da guerra já não era som — era respiração.
Um coração coletivo batendo junto ao chão, feito de gritos, uivos e aço.
O Eclipse cobria tudo, e a luz vermelha fazia o sangue brilhar como metal vivo.
A montanha tremia, e a fenda dos Exilados já não parecia abrigo — era o centro de um mundo em ruína.
Eu via tudo.
Cada golpe, cada perda, cada lobo caído.
E, entre eles, Selene — a Lua encarnada, caminhando entre chamas e sombras.
Ronan estava de joelhos, exausto, a lança cravada no solo.
Elias lutava à distância, a flecha sempre no ponto onde o selo dela pulsava.
Caelan movia-se nas sombras como um demônio da noite.
E eu…
Eu era o Alfa.
E o Alfa não podia cair.
— Mantenham a linha! — gritei. — Protejam o flanco!
Os lobos responderam, uivos se misturando a ordens.
Mas os caçadores vinham em ondas — intermináveis, implacáveis, com os olhos cheios de fé cega.
Eles não vinham por glória.
Vinham por purificação.
E nada é mais perigoso do que um homem que acredita ser santo