(POV Selene)
O silêncio que veio depois da batalha não parecia paz.
Era o tipo de silêncio que nasce quando o mundo fica sem forças pra continuar gritando.
Nem o vento ousava se mover direito — ele apenas roçava as folhas queimadas, carregando o cheiro espesso de ferro e fumaça.
A Lua havia se recolhido.
O Eclipse se dissipara.
Mas o céu ainda sangrava, manchado de vermelho nas bordas, como uma ferida que se recusa a cicatrizar.
Eu me movia devagar entre corpos e brasas.
A cada passo, o selo pulsava — não de poder, mas de luto.
Cada vida perdida queimava dentro dele como uma lembrança gravada a fogo.
Os Exilados tinham vencido, mas vitória nenhuma vem sem preço.
Dorian estava a poucos metros, o ombro envolto em faixas e o rosto coberto de fuligem.
Mesmo ferido, ainda mantinha o olhar de quem carrega um exército inteiro nas costas.
Quando me viu, apenas assentiu.
Não precisávamos de palavras — o peso era o mesmo em nós dois.
Ronan caminhava atrás, arrastando o corpo de um caçador até a