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Capítulo 118 — O Uivo da Vingança

(POV Ronan Blackwood)

O vento do Norte tem um som próprio.

Não é brisa, é lâmina.

Corta o ar, arranca o calor e deixa só o instinto — o mesmo que sempre me guiou.

Quando o Eclipse caiu sobre o campo, eu soube que a hora tinha chegado.

O sangue congelava nas veias, mas a alma queimava.

Anos de fuga, de exílio, de promessas sussurradas às estrelas — tudo convergia ali.

A Lua chamava, e eu a ouvi.

Dorian ainda gritava ordens atrás de mim.

Selene brilhava no centro do caos, viva como um cometa.

Elias, o caçador amaldiçoado, lutava contra os próprios demônios.

Mas eu…

eu só via os homens com o símbolo da Ordem avançando sobre os lobos do Norte.

Homens que usavam o mesmo brasão dos que mataram meu pai, queimaram minha aldeia e chamaram o meu povo de feras.

Pisei no chão encharcado de sangue e ergui a lança.

O metal vibrava com o toque da Lua — uma arma feita para um só propósito: vingar.

— Pelo Norte! — rugi.

A voz ecoou pelas montanhas, seguida de um uivo coletivo.

Meus irmãos responderam.
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