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Capítulo 117 — O Julgamento do Caçador

(POV Elias Drave)

O céu não era mais azul.

Era um abismo vermelho, e nele o sol morria devagar, engolido pela Lua.

O Eclipse havia começado, e com ele, o fim daquilo que eu acreditava ser verdade.

O campo de batalha era um pesadelo vivo.

Corpos caíam, lobos e caçadores se misturavam, sangue virava barro.

Mas eu não via nada disso com clareza.

Tudo o que via era ela —

Selene, no centro do caos, envolta em luz e sombra, lutando como se a Lua tivesse tomado forma de carne.

Por um instante, lembrei de quando recebi minha primeira missão na Ordem.

Eu era só um garoto.

O mestre me disse: “O sangue da Lua é praga. Se o encontrares, destrói.”

E por anos, obedeci.

Matei sem questionar, acreditei que limpava o mundo.

Mas agora, vendo-a ali — viva, divina e terrível —, percebi a ironia.

Eu havia sido criado para destruir o que agora me mantinha vivo.

O selo no meu peito pulsava no mesmo ritmo que o dela, mesmo à distância.

Quando ela respirava, eu sentia.

Quando sangrava, o gosto do sangue ardia
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