(POV Selene) Deitada no canto do depósito, entre cobertores ásperos e o cheiro de ferro, adormeci. O corpo cedeu não por escolha, mas por exaustão. O sono foi inquieto, nada parecido com descanso. Uivos se misturavam a sussurros. Rostos sem forma surgiam e sumiam, e mãos invisíveis me puxavam em três direções diferentes, como se cada lado quisesse me reivindicar. O calor subia e descia como ondas, depois vinha o frio cortante, arrepiando cada pedaço da minha pele. O cheiro de ferro se misturava com terra molhada, e tudo parecia vivo demais. Eu tentava abrir os olhos, mas era como estar presa dentro da própria cicatriz, cada batida do meu pulso me arrastando mais fundo. E então, vozes. Baixas, próximas. — Imagina só quando ela acordar e descobrir que está ligada a três ao mesmo tempo… — Caelan riu, a voz carregada de veneno doce. — Cala a boca. — Dorian resmungou, irritado. — Ela não pode saber. Não agora. — A lua deve estar de brincadeira conosco. — Ronan murmurou, seco, cuspindo
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