(POV Selene)O silêncio aqui dentro é quase pior que o lá fora.O ar é pesado, como se estivesse esperando alguma coisa. Ou alguém.Dorian não fala. Só caminha até a mesa, pega uma garrafa de vidro escuro e um copo que parece não ver água há meses. Ele se move como se cada passo tivesse um propósito — firme, calculado, perigoso.Eu fico ali, em pé no meio do depósito, abraçando o próprio corpo como se fosse uma barreira. E, por um segundo, penso em correr. Mas para onde? Eu nem sei onde estou.— Senta, Selene. — Ele não olha para mim quando fala, mas o tom não é um pedido.— Eu não... — Minha voz sai baixa demais, quase um sussurro. — Eu não sei se devo.Ele levanta os olhos, e é como se a sala inteira prendesse a respiração.Então, devagar, arrasto a cadeira mais próxima e sento.— Boa garota. — Ele se encosta na mesa, cruzando os braços. — Agora, vamos começar do início.Minha pele arrepia com o jeito que ele fala. Não é bem um elogio, mas também não é desprezo. É... algo no meio.—
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