CAPÍTULO 85
O enterro que ninguém viu Aqui jaz meu coração.
O carro preto parou diante da porta lateral do necrotério.
Alinna respirou fundo antes de abrir a porta. O vestido branco de algodão colava à pele pelo calor abafado da Sicília. Seus olhos ainda estavam vermelhos, não de sono, mas de um choro seco que havia começado por dentro e não encontrara saída durante a encenação no mausoléu horas antes.
Jarbas desceu primeiro, abrindo a porta para ela. Nenhuma palavra foi dita — as palavras seriam um peso a mais. Caminharam lado a lado pelo corredor frio e silencioso. O cheiro de formol e flores velhas se misturava no ar.
O funcionário do necrotério se aproximou com passos lentos, segurando um pequeno caixão branco.
Alinna parou. O coração bateu tão forte que ela teve a sensação de que todo o corpo tremeria junto.
— Quer que eu leve, senhora? — o homem perguntou.
Ela balançou a cabeça, estendendo os braços.
— Eu carrego.
O peso era quase nada… e era tudo. Aquele retângulo branco er