O Corpo em Luta

CAPÍTULO 142

Quando a dor vira desejo de viver

CAIO MOREAU BASTIEN

O salão de fisioterapia cheirava a álcool, borracha e esforço humano. O som dos aparelhos misturava-se ao das vozes baixas dos profissionais e ao arrastar de cadeiras de rodas pelo chão encerado. Fui levado até lá com a ajuda de dois enfermeiros. A cadeira me parecia uma prisão. Minhas mãos tremiam no apoio, não de fraqueza, mas de raiva.

O fisioterapeuta, Marco, me recebeu com um sorriso calmo.

— Bom dia, senhor Moreau Bastien. Pronto para hoje?

Assenti, sem confiar na voz. Pronto? Nunca estaria. Mas era isso ou me render.

Ele começou com movimentos simples.

— Vamos trabalhar a sensibilidade. — disse, apertando meu tornozelo direito. — Sinta a pressão?

— Sim.

Depois, o esquerdo. Nada. Engoli seco.

Ele não me deixou me afundar.

— Isso é esperado. A medula sofreu, mas já temos respostas positivas. Respira, Caio. Vamos avançar.

Fui colocado numa maca. Marco prendeu cintos no meu tronco para me manter ereto enquanto duas
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