O Senhor Sinistro chegou e fechou as portas.
Na imobiliária, tudo dá certo. Visito o local pessoalmente e me apaixono de cara. Fica de frente para uma avenida movimentada, arborizada, com ótimos restaurantes por perto. Um lugar perfeito para atrair clientes.
O imóvel tem um tamanho excelente e fica bem na esquina — o que significa que minha vitrine faz um L generoso, aparecendo tanto para quem passa pela avenida quanto para quem desce pela rua lateral, que também tem um fluxo considerável de pessoas.
Só me resta agora pensar no layout e no design da loja. Se o Senhor Sinistro fosse meu amigo — o que, convenhamos, ele claramente não é — eu até pediria a ajuda dele com isso.
Entro na sala com um sorriso largo, me sentindo uma sortuda. Lá está ele, o ogro, sentado no sofá, rindo e conversando com Lúcio, que está numa cadeira de rodas, de frente para ele.
Santino ainda não percebe minha presença, então eu o observo. E, Deus do céu… ele parece outro quando sorri. Ele sorri, aquele sorriso raro que me faz esquecer que é feito de pedra